Vergonhosa para não dizer “deprimente e desumana” a decisão dos desembargadores da 5 Camara Criminal, ao desconsiderar o laudo que atestava que o filho do bilionário Eike Batista, Thor Batista, dirigia seu magnífico bólido, uma Mercedes Mc Laren a mais de 135km/hora quando atropelou e brutalmente matou o ciclista Wanderson Pereira dos Santos no dia 17 de março de 2012 na Rodovia Washington Luís, na altura de Xerém, município de Duque de Caxias. Thor foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) após o atropelamento! A defesa questionou o laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), com a alegação de que não tiveram conhecimento prévio.
Segundo Vilardi, o perito que calculou a velocidade do carro de Thor no momento do atropelamento afirmou que enviou a metodologia utilizada para o Ministério Público há meses. A defesa, no entanto, alega que não teve acesso ao documento. O perito do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) afirma que Thor Batista estaria a no mínimo 135 km/h no momento do atropelamento. O limite de velocidade na rodovia é de 110 km/h. A defesa nega que o réu estivesse a essa velocidade e questiona a metodologia usada pelo perito para chegar a ela. Para quem não se lembra dos detalhes, o carro dirigido por Thor Batista que atropelou e matou o pedreiro Wanderson Pereira dos Santos, era uma Mercedes Mc Laren que ultrapassa os 330 km/hora, mas Thor e seus ilustres advogados insistem em afirmar que, na “grande reta” não ultrapassou o limite de 110 km/hora (limite da rodovia) e que colidiu com o ciclista a 90 km/hora. Motorista consciente, bom menino este tal de Thor!
Está, portanto definitivamente selada a falência do nosso judiciário! A equipe de defesa de Thor Batista, encabeçada pelo ex-ministro da Justiça (ou Injustiça) Márcio Thomaz Bastos e o advogado Celso Vilardi deve estar exultante, certamente convencida pelo desempenho desta defesa. Não Sr. Ex ministro, o senhor que num passado recente ocupava o cargo de Ministro da Justiça deveria ter critérios mínimos para voltar ao exercício de sua profissão ao invés de, simplesmente por dinheiro, aceitar defender “bicheiros” e um jovem assassino do asfalto! O senhor certamente durante todo o processo do Thor Batista estava convencido da culpa deste jovem assassino do asfalto. Saiba que na vida nem tudo se baseia em dinheiro e neste caso, muito dinheiro! Que grande triunfo medir forças com os advogados do pedreiro Wanderson Pereira dos Santos! É o mesmo que colocar no ringue uma criança a duelar com um campeão de artes marciais.
Sr. Márcio Thomaz Bastos, tenho pena do senhor e de toda a família de Thor Batista! Que poder tem o dinheiro numa terra de miseráveis! Para estes senhores desembargadores da 5 Camara, meus sinceros pêsames. Não encontro qualificativo a altura para dirigir-me a cidadãos tão desqualificados.
Estes “senhores da lei” estão avacalhando com a imagem de nossa Justiça e levando a população ao estado total de incredulidade. Certamente, enquanto a família de Eike Batista, advogados e Juízes do Tribunal de Justiça comemoram ao som do pipocar das Möet Chandon, à família do pedreiro Fábio Guimarães só lhes resta aquiescer perante tamanha sujeira do nosso Judiciário! Que Deus tenha piedade de suas almas!
“A morte não é a maior perda da vida. A maior perda da vida é o que morre dentro de nós enquanto vivemos”
Fernando Diniz, Engenheiro, presidente da ONG TRANSITOAMIGO, pai de Fabrício Diniz, morto aos vinte anos em março de 2003 juntamente com mais duas amigas, Mariana e Juliane em tragédia de trânsito na Avenida das Américas, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. O veículo conduzido por Marcelo Henrique Negrão Kijak capotou e chocou-se com um poste derrubando-o. Marcelo Kijak encontra-se foragido desde julho de 2003, procurado pela Interpol em todo o mundo e certamente estará protegido por um “Antonio Carlos Bitencourt” da vida!
Que poder tem o dinheiro numa terra de miseráveis!
sds,
Fernando Diniz